Quem são os monstros? O constructo do gênero e da sexualidade infantil no filme Monster (2023)

Vera Neusa Evangelista Da Silva Neta, Marcus Vinicius Campos Andrade, Júlia Eduarda Lima de Jesus, Israel Marques Campos, Rafael Anunciação Oliveira

Resumo


A sexualidade e o gênero infantis são frequentemente reduzidos a um tabu, limitados por um binarismo cisgênero que reprime a expressão dos individuos. Nesse sentido, o cinema emerge como uma possível ferramenta para desconstruir essa visão reducionista. Este artigo busca analisarde que forma os padrões sociais de gênero e sexualidade influenciam a infância, tomando como base o filme japonês Monster (2023). A narrativa da obra desvenda as variadas facetas e os desafios inerentes à conexão entre dois garotos. O presente estudo emprega uma abordagem qualitativa exploratória, combinando revisão de literatura e análise fílmica. Fontes como Scielo, Periódicos Capes e Google Acadêmico foram pesquisadas num período de 2014 a 2024, focando em "sexualidade", "gênero" e "infância". A revisão abrangeu trabalhos sobre a construção de gênero e sexualidade na infância, especialmente frente às normativas sociais e violências impostas. A análise de Monster estabeleceu um diálogo crítico do enredo com a produção acadêmica existente sobre o tema. Os resultados apontaram que essas dinâmicas estão profundamente enraizadas nas estruturas da família e da escola. Esses espaços primordiais de socialização reproduzem normas de gênero e sexualidade que cerceiam a livre constituição da subjetividade infantil. O filme nos convida a repensar a forma como acolhemos e escutamos a infância, compreendendo as tensões que a atravessam e como expectativas adultocentradas podem gerar sofrimento infantil. Este é um espaço crucial para dar voz a vivências silenciadas, sensibilizando o público e nos levando a questionar quem são, de fato, os verdadeiros “monstros” trazidos à cena.


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