INFECÇÕES NEONATAIS EM DECORRÊNCIA DA COLONIZAÇÃO EM GESTANTES POR STREPTOCOCCUS AGALACTIAE

Beatriz Camargo, Luciane Teixeira de Souza, Fernanda Ramos de Paula, Nelma Amaral Nunes, Pamella Thamar Silva Sobrinho

Resumo


Introdução: Streptococcus agalactiae, também conhecida como estreptococo do grupo B, é uma bactéria Gram-positiva, pertencente à microbiota normal do trato gastrointestinal e geniturinário de seres humanos, porém é relevante seu isolamento em gestantes devido ao risco de complicações que representa tanto para a mãe quanto para o neonato. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo analisar as complicações neonatais em decorrência da colonização em gestantes por Streptococcus agalactiae.  Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica que utilizou como bases de dados as plataformas Scielo, PubMed, Google Acadêmico, repositórios, além de livros de microbiologia e teses, publicados entre 2003 e 2024. Objetivo: Analisar as complicações neonatais em decorrência da colonização em gestantes por Streptococcus agalactiae. Referencial teórico: O Streptococcus agalactiae apresenta variados fatores de virulência, que impede a resposta imunológica e facilita a invasão do organismo, especialmente no sistema nervoso central dos neonatos. A classificação sorológica, segundo Lancefield, agrupa Streptococcus agalactiae no grupo B, com destaque para o sorotipo III, associado a infecções. As patologias de maior frequência são pneumonia, meningite e septicemia. A transmissão ao feto pode ocorrer de forma vertical, ascendente ou hospitalar, sendo a colonização materna um fator de risco. A profilaxia antimicrobiana, principalmente com penicilina, é o tratamento de escolha para prevenir complicações infecciosas graves. Considerações finais: Convém ressaltar a grande importância da pesquisa dessa bactéria no período que compreende o pré-natal, entre a 35ª e a 37ª semana, visando a prevenção de potenciais adversidades que poderão ocasionar complicações à saúde das gestantes e principalmente de seus neonatos.

Palavras-Chave: Streptococcus agalactiae; gestantes; neonatos; colonização; infecção precoce; infecção tardia.


Texto completo:

PDF

Referências


ANDRADE, Stephanie Nunes. Rastreio e tratamento da infecção pelo estreptococo do grupo B durante a gestação: o que existe de novo? 2021. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Medicina) – Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador. Disponível em: https://repositorio.bahiana.edu.br/jspui/handle/bahiana/8439. Acesso em: 13 nov. 2024.

AREAL, A. et al. A infecção peri-natal por Streptococcus agalactiae pode ser evitada: prevalência da colonização em parturientes no Hospital de S. Marcos, factores de risco e sua relação com a infecção peri-natal. Acta Ped Port., v. 41, n. 1, p. 16–21. 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.26/3510 Acesso em: 20 out. 2024.

BAHIA, N. J.; SHAHNAZ, P. The Prevalence and Adverse Effects of Group B Streptococcal Colonization during Pregnancy. Archives of Iranian Medicine, Teerã, v. 11, n. 6, p. 654-657, nov. 2008. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18976037/. Acesso em: 14 nov. 2024

BATISTA, L. F.; BARBOSA, S. M.; DIAS, F. M. MENINGITE BACTERIANA: UMA REVISÃO. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, [S. l.], v. 26, n. 2, 2022. DOI: 10.25110/arqsaude.v26i2.2022.8140. Disponível em: https://ojs.revistasunipar.com.br/index.php/saude/article/view/8140. Acesso em: 15 nov. 2024.

BEITUNE, P. E.; DUARTE, G.; MAFFEI, C. M. L. Colonization by Streptococcus agalactiae during pregnancy: maternal and perinatal prognosis. The Brazilian Journal of Infectious Diseases, São Paulo, v. 9, p. 276-282, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-86702005000400002. Acesso em: 15 nov. 2024.

BERALDO, C. et al. Prevalência da colonização vaginal e anorretal por estreptococo do grupo B em gestantes do terceiro trimestre. Revista brasileira de ginecologia e obstetrícia: Revista da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, v. 26, n. 7, p. 543–549. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/JZhVnPRpcxVwf7VkP7MCpCp/ Acesso em: 20 ago. 2023.

BORGER, I. L. et al. Streptococcus agalactiae em gestantes: prevalência de colonização e avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos. Revista brasileira de ginecologia e obstetrícia: Revista da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, v. 27, n. 10, p. 575–579. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/j9rryyw3RCfT8JLvFsdPyHF/# Acesso em: 15 ago. 2024

BROOKS, G. F. Estreptococos, enterococos e outros gêneros relacionados. in: Carrol K.C , Morse SA, Mietzetznert TA. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26° ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Cap.14, p. 217.

CASU, K.; FERREIRA, F. M. D. Prevalência de Streptococcus agalactiae em gestantes do município de Maringá-Paraná: um estudo retrospectivo. E-Acadêmica, v. 3, n. 3, 2022. Disponível em: https://eacademica.org/eacademica/article/view/308. Acesso em: 14 out. 2024

CAETANO, M. S. S. G. Colonização pelo Streptococcus agalactiae (EGB) em gestantes atendidas na rede pública de Uberaba-MG. (2008). Disponível em: http://200.131.62.27/handle/tede/42. Acesso em: 14 out. 2024

CASTRO, B. G. DE; PINTO, L. S.; SOUTO, R. C. F. Prevalência de bactérias Gram-positivas em infecção do trato urinário. RBAC, v. 51, n. 4, 2020. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/07/1104011/rbac-vol-51-4-2019-ref-791.pdf. Acesso em: 10 set. 2023.

CENTERS OF DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR). Prevention of perinatal group B Streptococcal disease: Revised guidelines from CDC, 2010. Recommendations and reports. November 19, 2010/59 (RR10); 1-32. Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5910a1.htm. Acesso em:16 nov.2024.

CHAVES, B. A. Estudo da colonização por Streptococcus agalactiae, de mulheres em idade fértil, na área metropolitana do Porto. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto, Porto, 2011. Disponível em: https://www.proquest.com/openview/2d97c52b12ea8e8d5852042c0e9c73d4/1?pq-origsite=gscholar&cbl=2026366&diss=y. Acesso em: 25 nov. 2024.

COUTINHO, T. et al. Prevenção da doença perinatal pelo estreptococo do grupo B: atualização baseada em algoritmos. Femina, p. 329–333, 2011. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-613332. Acesso em: 29 set. 2024

DISTRITO FEDERAL. Sistema Integrado De Normas Jurídicas do DF. Portaria n.º 355, de 29 de dezembro de 2016. Normatiza os Exames da Gestante no Pré-Natal no âmbito do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal (SUS-DF). Sistema Integrado De Normas Jurídicas do DF. Brasília, DF. Disponível em: https://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/8af54c8ef38b49e1a65cdc76dac4fa6a/Portaria_355_29_12_2016.html. Acesso em: 13 nov. 2024.

JACOMINI, D. L. J. .; MURAYAMA, H. B. A importância do diagnóstico precoce no período neonatal para Estreptococo do grupo B. Revista de Medicina, [S. l.], v. 102, n. esp, p. e-204159, 2023. DOI: 10.11606/issn.1679-9836.v102iespe-204159. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/204159. Acesso em: 15 nov. 2024.

JANOWSKI, Andrew B.; NEWLAND, Jason G. From the microbiome to the central nervous system, an update on the epidemiology and pathogenesis of bacterial meningitis in childhood. F1000Research, 2017. Disponível em: https://f1000research.com/articles/6-86. Acesso em: 16 fev. 2024.

KONEMAN, E. W. Cocos Gram-Positivos Parte II: Estreptococos, enterococos e bactérias semelhantes a Streptococcus. Diagnóstico microbiológico. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara. Koogan, 2018. cap 13, s.p.

LANCEFIELD, R. C. A serological differentiation of specific types of bovine hemolytic streptococci (group b). The journal of experimental medicine, v. 59, n. 4, p. 441–458, 1934 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2132330/. Acesso em: 14 out. 2024.

MINA, Isabel Alves Pereira. Sépsis neonatal tardia por Streptococcus agalactiae. 2017. Trabalho Final de Mestrado em Medicina – Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/10451/31356. Acesso em: 10 nov. 2024.

MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; KOBAYASHI, G. S.; PFALLER, M. A. Medical microbiology. 4. ed. St. Louis: Mosby, 2002

OLIVEIRA, Márcio Vasconcelos; TELES, Mauro Fernandes; VIANA, Taís Andrade. Prevalência e fatores de risco associados à colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas no Hospital Municipal Esaú Matos em Vitória da Conquista – BA. C&D – Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v. 6, n. 1, p. 172–184, jan./jun. 2013. Disponível em: https://biocienciasims.ufba.br/sites/biocienciasims.ufba.br/files/prevalencia_e_fatores_de_risco_associados_a_colonizacao_por_streptococcus_agalactiae_em_gestantes.pdf Acesso em: 2 nov. 2024.

OLIVEIRA, P. Streptococcus agalactiae: caracterização fenotípica de amostras isoladas de gestantes em uma unidade hospitalar na cidade do Rio de Janeiro. Repositório Institucional Pantheon da UFRJ, 2022. Disponível em: http://hdl.handle.net/11422/20672. Acesso em: 28 set. 2024.

PLAINVERT, Céline et al. Group B Streptococcus (GBS) Invasive Infections in Women of Childbearing Age, France, 2012–2020: GBS CC-17 Hypervirulence in Intrapartum Infections. The Journal of Infectious Diseases, [S. l.], v. 226, n. 3, p. 541–545, 2022. DOI: 10.1093/infdis/jiac076. Disponível em: https://doi.org/10.1093/infdis/jiac076. Acesso em: 26 nov. 2024

PROCIANOY, R. S; SILVEIRA, R. C. Os desafios no manejo da sepse neonatal. Jornal de Pediatria, v. 96, 2020 Disponível em: https://www.scielo.br/j/jped/a/5jFj7VRvCDqnwYyC4dfxYPw/?lang=pt&format=html. Acesso em: 10 out. 2024.

RAMOS, Nicolle,Felix, Lima. Caracterização molecular de Streptococcus agalactiae grupo B (SGB) isolados de gestantes no Rio de janeiro. Dissertação, (Mestrado)-Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56263. Acesso em: 18 out. 2024.

RIBEIRO, E. A.; MOREIRA, J. R. S.; SILVA, M. J. S.; DIAS, A. L. S. Streptococcus agalactiae: colonização de gestantes de alto risco em um hospital regional da Amazônia brasileira. Revista Pan-Amazônica de Saúde, Belém, v. 12, e202100542, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5123/S2176-6223202100542. Acesso em: 2 dez. 2024

RIBEIRO, T. J. et al. Frequência de sepse neonatal no Brasil causada por Streptococcus agalactiae: uma revisão. Revista Científica da FAMINAS, v. 16, n. 1, p. 68-76, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufop.br/server/api/core/bitstreams/20f4a692-0078-4a0d-a6c2-34961569cf7a/content. Acesso em: 5 nov. 2024.

SÃO PAULO. Prefeitura Municipal de São Paulo. Secretaria Municipal da Saúde. Áreas Técnicas da Saúde da Mulher e da Criança e Assistência Laboratorial. Nota Técnica: Prevenção da infecção neonatal pelo Streptococcus agalactiae. São Paulo, 2008. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/mulher/Prot_estreptococo_B.pdf. Acesso em: 13 nov. 2024

SEALE, A. C. et al. Estimates of the Burden of Group B Streptococcal Disease Worldwide for Pregnant Women, Stillbirths, and Children. Clinical Infectious Diseases, Oxford, v. 65, p. S200–S219, 2017. DOI: 10.1093/cid/cix664. Disponível em: https://doi.org/10.1093/cid/cix664. Acesso em: 15 nov. 2024.

SENGER, Franciane Rios et al. Prevalência da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas na rede pública de saúde de Santo Ângelo – RS. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, v. 6, n. 1, p. 01–05, 2016. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/epidemiologia/issue/view/318. Acesso em: 14 nov. 2024.

SHET, A.; FERRIERI, P. Neonatal & maternal group B streptococcal infections: a comprehensive review. Indian Journal of Medical Research, Índia, v. 120, p. 141-150, 2004.

SILVA, D. E. da. Infecções neonatais por Streptococcus agalactiae. (2018). Disponível em: https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/microbiologia/microbiologia_das_infeccoes/15-Infeccoes-neonatais-por-Streptococcus-Agalactia.pdf. Acesso em: 02 nov. 2024.

SILVA, Kássia dos Santos et al. Streptococcus agalactiae como agente causador de doença invasiva neonatal: uma revisão. 2024. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55728. Acesso em: 12 nov. 2024.

SILVEIRA, J. L. S. Prevalência do Streptococcus agalactiae em gestantes detectada pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). MS thesis. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2006. Disponível em: https://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/4639/1/000384827-Texto%2BCompleto-0.pdf. Acesso em: 29 ago. 2024.

SLOTVED, Hans-Christian et al. Carriage and serotype distribution of Streptococcus agalactiae in third trimester pregnancy in southern Ghana. BMC Pregnancy and Childbirth, [s. l.], v. 17, n. 1, p. 238, 2017. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6148196/. Acesso em: 13 nov. 2024.

TORTORA, G. J; FUNKE, B. R; CASE, C. L. Fundamentos da microbiologia parte 1. Microbiologia. 12ª. ed. São Paulo: Artmed, 2017. Cap. 3, p.66.

TRABULSI, L. R; ALTERTHUM, F; MICROBIOLOGIA. 5°ed. São Paulo: Atheneu, 2008. Cap.22, p.189 a 199.

ZARDETO, G; GUILLEN, F. O; CAMACHO D. P. Pesquisa de Streptococcus agalactiae em gestantes como rotina laboratorial de exames pré-natais. Revista Uningá v. 42 ed.1 2014. Disponível em: https://scholar.google.com.br/citations?view_op=view_citation&hl=pt-BR&user=5eINvNwAAAAJ&citation_for_view=5eINvNwAAAAJ:u-x6o8ySG0sC. Acesso em: 30 set. 2024.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.